Palestra discute sobre a regulamentação dos crimes de ódio na Internet

Juliana Andrade Cunha, Psicóloga e coordenadora do projeto Safernet

Sara Gomes CPJ/UFPB

No eixo de Mídia Alternativa, foram convidadas a Blogueira e ativista digital, Conceição Oliveira (Maria Frô) e Juliana Andrade Cunha, Psicóloga e coordenadora do projeto Safernet, para debater o tema “Crimes de ódio – Das ruas para a Rede”.

A palestrante Juliana Andrade relata experiência sobre os crimes da internet, através do seu trabalho na Safernet – organização que monitora e mapeia crimes contra os direitos humanos nas redes sociais. A Safernet oferece um canal gratuito formado por psicólogos capacitados, que esclarecem dúvidas e orientam de forma pontual e informativa como as crianças/adolescentes que sofreram algum tipo de violência-online (intimidações, tentativa de violência sexual ou chantagem) devem proceder.

A organização também realiza relatórios sobre os principais crimes da internet, em parceria com o Ministério público e outras instituições. Além disso, o Helfline analisa denúncias que promovam apologia à violência e discriminação. “Não basta apenas denunciar é preciso prevenir crimes de ódio na internet, através de um trabalho de conscientização do internauta sobre os riscos de violência nas redes”, relatou à psicóloga.

Segundo Juliana Andrade houve uma diminuição dos dados sobre pornografia infantil (2012- 2014), com o fechamento do Orkut. No entanto, crimes de Xenofobia e Racismo aumentaram em 2014, principalmente no período eleitoral, no Facebook. A blogueira Conceição Oliveira explica que os crimes de ódio na internet são consequência do que observamos no cotidiano “Discriminação contra a mulher, negro e homossexual, está ligado a nossa herança patriarcal, viemos de uma sociedade escravista, pois apenas há pouco tempo ganhamos uma igualdade civil, então toda essa discrepância que existe na internet, também é resultado de uma herança histórica”.

Por fim, Juliana Andrade lembrou: “A vida online não é um mundo paralelo, é apenas uma extensão do nosso cotidiano”, encerrando o debate.


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