Projeto em Barra de Mamanguape desenvolve trabalho de inclusão digital

Grupo faz letramento digital em comunidade de pescadores

Por Elisa Damante – CPJ/UFPB

Na intenção de inserir a tecnologia numa população em que 68 famílias tinham contato apenas com rádios e televisões, um grupo deprofessores e estudantes formularam um projeto de inclusão de computadores capaz de atender a comunidade de Barra de Mamanguape, localizada a 80km de distância da capital João Pessoa.

Aprovado no final de 2013 e iniciado em março do ano seguinte, a proposta foi contemplada pelo programa Rede Digital para suporte à inclusão social, produtiva e inovativa de cidades paraibanas. Hoje, divididas em grupos por disponibilidade de horário,  todas as crianças da comunidade estão inclusas (20 no total) e possuem um planejamento específico para atendê-las. Um exemplo é a Shepo, uma bolinha construída sob a perspectiva da tecnologia leap motion, que é controlada por gestos. Um trabalho coordenado pelo estudante de computação Ícaro Magalhães.

Para Tatiana Aires, idealizadora do projeto, há dificuldades mesmo em andamento, mas encara isso apenas como um desafio a mais. “Realizar  um projeto que é extra muro, fora da universidade, a gente encontra um problema de logística, de deslocar as pessoas. É preciso conciliar uma série de coisas. Fora os ofícios, a gente podia ser mais ajudado, a Universidade deveria oferecer mais apoio”, critica. O grupo enxerga perspectivas de implementação não só em outras localidades, como também em outros contextos. “Com esse trabalho da bolinha, a gente tem um trabalho bem legal junto ao pessoal de Terapia Ocupacional utilizando a mesma tecnologia, para a parte de inclusão de crianças com deficiência motora”, aponta a idealizadora.

José Wellington é pescador e membro da comunidade barra de Mamanguape e, graças ao projeto, hoje sonha alto. “Aprendi tudo que sei hoje na Intenet, em vídeo aulas, nunca fiz curso. Hoje sonho em entrar na universidade e, quem sabe, ser professor”, explica. Empolgado com a implementação e as transformações causadas em sua comunidade, Wellington hoje é membro do projeto. 


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