Estudo dos genes de resistência aos antibióticos beta-lactâmicos

Um entendimento mais holístico da questão evolutiva e ecológica a respeito da resistência bacteriana aos antibióticos vem emergindo diante do conhecimento tradicional na área clínica com bactérias patogênicas. A diversidade genética e promiscuidade das bactérias patogênicas e comensais contribuem para eficiência da resistência aos antibióticos, fenômeno que tem se disseminado pelos mais diversos ambientes naturais por meio da transferência horizontal. Essa disseminação gênica pode ocorrer independentemente da proximidade filogenética entre as espécies, e até o momento o conhecimento sobre a dinâmica da evolução molecular desses genes ainda é tímido. Com base nisso, o presente estudo teve como principais objetivos analisar a evolução de genes de resistência pertencentes a classe das beta-lactamases, e suas subclasses B1, B2 e B3 afim de compreender melhor o passado evolutivo desses genes. Para realização destas análises utilizamos o banco de dados NCBI para obtenção das sequências de aminoácidos codificados pelos genes de resistência aos beta-lactâmicos (genes codificadores das beta-lactamases). As sequências de aminoácidos das beta-lactamases das subclasses B1, B2 e B3 foram selecionadas, e em seguida foram alinhadas utilizando-se o programa Mafft. Em seguida, foi feito o modelo evolutivo com o software Prottest e a árvore filogenética no programa Trex uqam. Diante da raridade de estudos evolutivos sobre os genes de resistência aos antibióticos, esses dados podem vir a contribuir para melhor compreensão da evolução desses genes e controle da disseminação da resistência.