OS SMART BABIES NO MUNDO DIGITAL E NA EDUCAÇÃO: uma luta pela garantia dos direitos humanos no desenvolvimento da criança

O modo como usamos a tecnologia a nosso favor atualmente está se refletindo no desenvolvimento das crianças de um modo bastante ameaçador. Os Direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente entre outras leis nacionais e internacionais preveem que toda criança tem o direito de ter garantido seu pleno desenvolvimento físico, emocional e intelectual. Todavia, num mundo repleto de aparelhos eletrônicos, onde quase tudo já virou smart, como os smart phones, as smart TVs etc., as pessoas estão adquirindo conhecimento de uma forma muito rápida e a exposição aos aparelhos eletrônicos está começando muito cedo. Bebês são expostos ao contato e manuseio constante desses aparelhos, como os tablets de seus pais ou os “seus próprios”, desenvolvendo uma capacidade motora fina, e ligações neuronais super complexas e inadequadas para essa faixa etária antes de começarem a engatinhar ou de conseguirem manusear com firmeza e precisão seus “outros” brinquedos ou sua mamadeira. Os games, por exemplo, costumam ser muito atrativos aos bebês por suas luzes coloridas e imagens passando rápido na tela. Mas, isso pode deixar graves consequências no desenvolvimento deles. As crianças estão crescendo com um grande peso nas costas, maior que o peso de suas mochilas, pois carregam as consequências de terem que se desenvolver muito rápido intelectualmente e de forma inapropriada. O que contraria sua evolução natural e tolhe seu direito a um desenvolvimento adequado e sadio. As habilidades necessárias para manusear aparelhos eletrônicos estimulam zonas do cérebro da criança que não estão totalmente formadas, nem preparadas para receber e processar certos tipos de informação. Essa rapidez causa uma série de problemas no desenvolvimento das crianças, que podem desenvolver hiperatividade e transtornos diversos. Estudos mostram que crianças que passam muito tempo em frente à tela desses aparelhos podem ter comprometidas suas habilidades motoras, e visuais, além de afetar seu desenvolvimento psicológico e emocional, levando-as à dependência do uso desses aparelhos e à dificuldade de interação social. Como consequência, outras formas de aprendizado como a leitura de livros tornam-se imensamente enfadonhas e parecem ser muito cansativas para as crianças e adolescentes. Logo, conseguir prestar atenção às aulas ministradas da forma tradicional pelos professores pode ser uma árdua tarefa para esses jovens cidadãos em desenvolvimento. Isso pode ser constatado pelo aumento constante da procura por centros de apoio pedagógico, as chamadas aulinhas de reforço escolar, numa tentativa dos pais de minimizar as consequências deixadas pelo excesso do uso e pela exposição precoce aos aparelhos eletrônicos. É fato que os smarts, tablets e seus similares tomaram conta do universo infanto-juvenil e seu uso é estimulado muito cedo pelos pais, sendo usados como brinquedos inofensivos e conquistando, cada vez mais, a preferência desse público graças à rapidez do mundo virtual. Contudo, as consequências do uso precoce ou excessivo desses aparelhos se refletem mais tarde durante todo o seu processo de aprendizagem e essas consequências não são virtuais nem desparecem com tanta rapidez. PALAVRAS-CHAVE: Crianças, Educação, Direitos Humanos, Desenvolvimento, Tecnologia